domingo, 26 de dezembro de 2010

Para seguir...

O que pode te deixar para baixo?
O que te leva a pensar que nada tem mais sentido?
O que você faria pra sair dessa?

O mundo tem muito a oferecer baby.
Procure seu espaço, seu lugar ao sol.
Deixe de lado essas baboseiras de que você não serve para nada.
Se você está aqui é porque seu propósito existe.
Saia dessa.
Gire o mundo,
Dance ao som do vento,
No sabor das estações,
Cante suas conquistas,
Conte suas façanhas,
Grite-se para o universo!
A única coisa que pode te deixar para baixo é a morte.
Mas não seja estático a sua espera.
Até ela chegar construa um planeta.
Você pode pensar negativamente em relação aonde vivemos,
Mas este complexo sistema te traz incontáveis belezas,
Lhe proporciona oportunidades indispensáveis.
Olhe ao seu redor,
Mas só direcione seu olhar para o que é positivo.
Ache o que te transcende,
E destrua o que te retrai.
Caminhe a favor das ondas.
Viaje na sua imaginação,
Alucine seu corpo,
Descanse na correnteza.
Não pense que nada vai mudar,
Ou que tudo acabou,
Use daquele resto de pavil para acender mais uma vela de esperança.
Amanheça com o dia apenas uma vez
E veja o infinito de suas possibilidades,
Se os dias renascem a cada 24 horas
À sua órbita também gira a cada sono.
Então se delicie aos raios do sol,
Ao balanço das águas,
Ao barulho das folhas das árvores em movimento.
Conheça seus opostos e reconheça seus semelhantes,
Procure seus complementares.
Ouça as canções e deixe que elas te conduzam.
Flutue aos prazeres
E siga seu caminho, desenhando sua trajetória com boas figuras,
Colando as montagens de cada aventura sua.
Seja dinâmico e nunca pare com as quedas,
Se arraste se o caminho for estreito.
Mas ande avante e aproveite a sua breve hospedagem aqui entre nós! 

Thamyne D'el Rey

domingo, 19 de dezembro de 2010

Um vazio angustiante.

Me encontro agora em múltiplas encruzilhadas
Sem saber qual estrada escolher
Sinto que todas são desertas
E que terei eu mesma de enfeita-las
Mas antes tenho que decidir qual desvendar
Não sei quais boas coisas o destino me trará
Sinto agora um grande vazio
Como se perdesse o que nunca tive
E com medo de nunca o ter
Não sei se fujo ou se enfrento as correntezas
Não quero sair daqui, mas também quero me libertar
Desejo muitas riquezas, mas prefiro viver na simplicidade
Não sei se quero pintar, cantar ou escrever,
Mas sei que algo quero mostrar
Um pedacinho de mim pra que todos possam admirar
Não entendo o que meu coração e minha intuição tentam dizer
E nenhuma das minhas façanhas são capazes de decifrar
Preciso de ajuda, mas não quero pedir
Necessito de carinho, mas não tenho a quem chamar
Assim como quero da-lo a alguém que esteja disposto a sentir
Sei de verdades que não consigo gritar
Conheço de histórias mas tenho medo de contar
Tudo que sei se entope na minha garganta
Quando escuto palavras de outros acho que os minhas não valem de nada
Mas sei que elas valem, só não tenho coragem de apresenta-las.

Thamyne D'el Rey


Milícias e malícias!

De onde elas vem?
De onde elas vem?

Corrompendo as crianças
E lacerando as finanças

Pra onde ela vão?
Pra onde elas vão?

Portando o que não presta
E de armas não mão

Adolescentes que se perdem
Á busca de esperanças
Atrás de milícias que lhe dêem segurança

Essas milícias só querem dinheiro
Só querem desespero
E só querem munição

Não protegem a cidade
Não protegem a favela
E muito menos a população

Traficam influências
Destroem lares e casas
E o seu lema é a corrupção

Essas milícias não tem a preocupação
Com as crianças que choram
E os velhos que se vão

Se aliam aos “ladrões”
Se submetem aos patrões
E só apreendem o que é das multidões

Por quê ninguém toma atitude?
Enquanto essas milícias
Elas nunca estão na mira
De quem pode atirar

Mas que tolice a minha
São eles que a alimentam
E eu sei que isso tudo nunca vai acabar.

E onde chegaremos?
E onde chegaremos?

Quando tudo vai parar?
Quando tudo vai parar?

Thamyne D'el Rey

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Linha de chegada!

Cansados, destroçados,
a procura nas esquinas, nos bares
de ouvidos que nos ouçam
e de mãos que nos aplaudam.
A viagem é longa e as paradas controvérsias.
Continuaremos nessa estrada
até achar o nosso alvo
para pregarmos os dardos de nossa arte
bem no centro de toda essa bagunça,
para ordenamos esse grande caos 
e programar uma nova ordem caótica.
Viveremos assim
até que o topo não nos permita mais subidas,
pois é lá que iremos chegar,
e lá iremos chegar.
Encontraremos multidões
e despertaremos para uma nova união.
Algo bonito e infinito
para enlouquecer as gerações.
Cantem e sigam essa nova onda
esse prazer de sensações
e a vibração dessas nossas canções.

 Thamyne D'el Rey

Estranho encontro.

O sol calmo e misterioso reina sobre as árvores
Árvores que exalam o perfume de seus longos anos
Anos que sombreiam nossa ligação
Uma conexão de pensamentos e sentimentos
Que voam e se interligam ao âmago de nosso acolhimento
Um ninho que protege o nosso segredo
Aquele que nos repele e nos entrelaça
Somos assim um único tormento
Uma fascinação de igualdades e uma união de diferenças
A grama verde e molhada massageia minhas costas
Minhas ideias se cruzam e norteiam minhas faces
Meus sonhos alcançam o êxtase
E me agrupo então no meu próprio colo
A cúpula se forma como uma bolha
Que então toma estruturas de aço e concreto
Inquebrável, porém, penetrável
Assistimos aos palcos e as plateias
Numa isolada ala onde entra quem tem um pedaço dos meus opostos
E a folha que cai permeando meus cabelos desperta as lembranças
Que me trazem euforia e descontentamento, agonia e esquecimento
Caio num sono sem sonhos como a chegada da noite sem estrelas...

Thamyne D'el Rey


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ahh senhorita!

Há quanto tempo senhorita
que você me deu aquele olhar,
roubou minha emoção
e judiou meu coração.

Há quanto tempo senhorita
que não me sinto ultrapassar as fronteiras da ilusão,
as fronteiras da percepção
e os limites da razão.

São tantos que te desejam
e tantos que te frequentam
mas sou eu senhorita
que almejo sua tentação.

Aos passos leves
me atento aos movimentos,
relembro do seu acalento
e esqueço a solidão.

E há quanto tempo senhorita que não perco os pés do chão...
E há quanto tempo senhorita que não perco os pés do chão.

As fagulhas se acendem,
me vejo contente
e o meu sorriso
não há de acabar.

Seu toque é encanto
e me deixa sensível
aos mais belos estímulos
que irei presenciar.

Há quanto tempo senhorita
a saudade já apertava
e a sensação que emanava
já ia sanar.

Volta senhorita
que minha alma pede seu zelo,
meu corpo carece seu desespero
e sem você parei de sonhar.

Oh! senhorita
permaneça em minha vida,
porque sem seu sustento
eu não quero ficar.

Thamyne D'el Rey

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Viagem

Passo pelas esquinas de Londres
Pelos arcos de Paris
E pelos canteiros de Amsterdã

Vejo as lutas no coliseu
Os cultos a Amon Rá
E o apogeu do Quattrocento

Ouço as notas de Bethoven
Os solos de Gilmour
E as batucadas de Nação

Aprecio as obras de Da Vinci
As telas de Malfatti
E as pinturas D' Cavalcanti

Leio as idéias de Maquiavel
Os versos de Vinícius
E as histórias de Hosseini

Assim vejo...
Assim escuto...
Assim percebo...

Todas as horas
Todos os dias
Todas as gerações.     

Thamyne  D'el Rey  

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A sensação de um minuto

Batidas rápidas de um coração,
suspiro profundo e prolongado.
Quando minha mente turva e flutua,
a sensação dos seus olhos
ofusca meus pensamentos.
O teto parece mais baixo
e o chão se eleva para tornar mais próximo
meu encontro com meu desejo,
o que te toca em gestos suaves e dinâmicos,
que relembra o romance do teu beijo
e a energia do teu calor.
As notas que saltam dos seus movimentos
ressalta a partitura da minha fantasia,
finalmente me perco no sabor de nos imaginar       
e no acolhedor descanso de estar do teu lado.

Thamyne D'el Rey

terça-feira, 30 de novembro de 2010

beleza efêmera e Beleza

Dizem que a beleza é efêmera, pois ela é. É na sua forma estética, onde a aparência é a sua porta de entrada, seu meio de vida e que se pode ter certeza que não é o de saída. A Beleza Fundamental está nas simples competências do Ser humano, na competência de saber viver, apreciar, beneficiar e dividir. Aos que consideram-se belos estão aqui as minhas condolências pois o Belo pra mim é aquele que vive para desfrutar de suas capacidades, admirar gestos, situações e habilidades, levar a multidões a sua Beleza e multiplica-la. A Beleza está em admirar os versos de um poema, deliciar-se com os capítulos de um livro, saborear as notas de um instrumento ou se imaginar entre os rabiscos de uma pintura. Esta Beleza emana de um dedilhado num violão, de um solo numa guitarra, no inspirador som de um piano, nos movimentos da mão em um desenho, na dança do pincel em uma tela, nas rimas entre os versos, nas ousadia das palavras, na arrumação de bagunças escritas, no trançado de um vil lenço de crochê, nos pontos de um bordado, ou num gostoso passo de uma dança. Ela está ainda em compartilhar das emoções, de um pensamento, de gostos e sinônimos. Está em amar a história do outro, no encontro de olhares que dizem os que as palavras não conseguem descrever, num beijo apaixonado e apaixonante, num abraço protetor, num toque confortante ou excitante, no carinho sussurrado no ouvido, na preguiça de sair do colo amante, na demonstração de cumplicidade e até no calor da intimidade. Está em querer estar perto, compartilhar do que se aprende e aprender junto. Em ouvir um apelo amigo, ajudar a vencer obstáculos, entender, ser entendido, ouvir e aconselhar. Pedir desculpas, aceitar perdão, crer, ver o dia adormecer e a noite amanhecer. A Beleza está enfim em viver, sem que as aparências se imponham e se sobreponham e que a beleza gere julgamentos precipitados, fazendo um mundo onde ela é a divindade e a lei, pois essa é realmente passageira e não perpassa gerações. A Beleza sim estaciona em todos os tempos e viaja em todas as direções, Ela engatilha prazeres, emoções e inteligência, ultrapassa idades e finca sementes. Mas àqueles que insistem na supremacia da sua beleza, coragem para o dia em que ela não terá mais as forças de sua juventude e a saudade da Beleza que não teve lhe der tapas na cara lhe lembrando o fim de seus dias. Pois lembre-se que a beleza acaba com a vida e a Beleza transcende-a.

Thamyne D'el Rey

Saudoso prazer

Quero sentir de novo o mel de seus carnosos lábios,
me lambuzar com o adocicado do teu beijo,
me sentir fulmejar com o seu olhar,
suas mãos alimentarem as curvas do meu corpo,
sentir meu pelos eriçarem num arrepio profundo
quando você suspira em meu pescoço
e o frio na barriga com a aproximação da nossa pele.
Quero ouvir o enlouquecedor som da sua voz em ruídos de prazer
que se afina com a canção que de mim exala.
Quero sentir de novo o desejo daquelas noites
que perturbam os meus dias.

Thamyne D'el Rey

A nossa amiga amizade

Linda, satisfatória, forte e imaculada.
Corações semelhantes e personalidades
distintas, mas que se combinam.
O que seria de nós, sem nós?
Compartilhamos felicidades e tristezas,
inocência e malícia,
imaturidade e vontade de aprender.
Senhora do meu castelo, concubina do meu calabouço,
você sempre a me aconselhar, em qualquer lugar,
em qualquer situação.
Digo que amo sem medo de preconceitos
porque amizade não nos permite destes maus agouros.
A cada passo dado lado a lado,
construímos-nos.

Thamyne D'el Rey

Um escrito da paixão

O meu sangue ferve transportando o calor do meu desejo para o seu corpo, enquanto meus olhos mergulham no êxtase dos seus e encontram a ansiedade da paixão. O toque de seus lábios excita os cílios do meu corpo e enfurece minha espinha, fazendo palpitar meus sentidos. Meus membros entorpecem com o seu íntimo. Minha carne cintila e meu coração expulsa meu ardor com sua força. Minha voz trêmula emite cargas de prazer e então contemplo do mais profundo gozo do meu ser.

Thamyne D'el Rey

Decida-se

Perdida no medo, perdida em pensamentos, ela não sabe o que quer, de quem gosta ou do que gosta. Confusa, ela briga com si mesma a procura de uma solução que já existe, mas que seus olhos teimam em não enxergar. Dois mundos diferentes, mas ela não sabe em qual finalmente repousar, um mundo um tanto atraente, sem regras e onde a liberdade é onde se quer chegar, o outro mundo é onde ela se aninha, onde ela não precisa nada fazer por si só, o da proteção, do egoísmo e da total dependência. O que ela fará? Ela precisa se decidir em qual berço ficar. São dois universos em que as Pollyanas se distanciam. Mas como escolher se ela quer um pedaço dos dois? O que fazer se ela gosta que essas torcidas se conflitam por seu apego e atenção? Onde será que ela quer chegar com isso? Será que ela brinca com todos e faz um jogo onde eles lutam por ti? Não menina, não é assim, em cima do muro não da pra ficar, em cima do muro, você não tem nenhum dos dois palcos, você só os assiste e como telespectadora você não pode participar do que eles podem proporcionar. Mulher, aceite seu desejo de uma vez por todas, desenhe sua tela e escreva seu livro, cante sua música e encante uma destas esferas. Se decida, pois a dúvida por si só é destruidora, e você ainda a potencializa para não ter que tomar a grande decisão. Mas cuidado que os mundos podem um dia desistir de te clamar, e ai? O que você fará?  

Thamyne D'el Rey

O anseio

Os dias não estão mansos e as noites estão conturbadas
Anseio a noite chegar para apagar os infortúnios do dia
Espero amanhecer para esquecer os maldosos sussurros da noite
Nas manhãs minhas mãos tremem e perco a noção do equilíbrio
Meu corpo congela e queima, assim como minha mente acende e apaga
Agitação e catatonismo, meus olhos reviram e se perdem num horizonte
Horizonte criado por minhas próprias emoções espalhadas e embaralhadas
Não sei mais o que sinto e se sinto
A agonia e o medo me controlam
Corroído pela fome meu estômago rejeita seu sustento
Não espero comer, não espero sonhar, não espero...
Começo o seguinte sem terminar o antecessor
Nada se conclui e tudo agora não existe mais
Se paro, continuo, se continuo, quero parar
Meu corpo agora tem vontade própria, se balança e não consegue se controlar
As noites estão frias de calor e meu berço não é mais aconchegante como antes
O sono só chega nas horas incertas quando as lágrimas já romperam e inundaram minha face
Choro por tudo e por nada
Sem pedir licença a tristeza me consome
Quero estar onde pressuponho que não querem que eu esteja
Tento ter quem não está disposto a se dar
Apenas ouço e não consigo falar
Minhas regras estão fugindo do meu manual
E os pontos estão sumindo das frases
As escadas de subida estão ficando cada vez mais apertadas e sinuosas
Eu não posso parar de subi-las, mas eu tenho que descansar

Thamyne D'el Rey

Construção

Anos caminhando na solidão,
anos bloqueando meu coração,
anos de paz, anos e mais,
anos e anos.
Sem perceber, descrever,
escrever, sem ter ou ser.
Um nada, um vazio, e palavras soltas
e perdidas na imaginação.
Um talento sem se conhecer e a se esconder.
Mentiras criadas, verdades caladas,
um segredo, um mistério...
Invadindo e penetrando terceiros.
Caindo, levantando e tornando a cair.
Sem se encontrar e sempre procurando.
Agora crescida, antes reprimida.
Vida desgastada, desejo de reconstrução.
Vida se refazendo, saindo da escuridão.
Perdendo a paz, encontrando o medo.
E vivendo...e revivendo...

Thamyne D'el Rey