terça-feira, 30 de novembro de 2010

O anseio

Os dias não estão mansos e as noites estão conturbadas
Anseio a noite chegar para apagar os infortúnios do dia
Espero amanhecer para esquecer os maldosos sussurros da noite
Nas manhãs minhas mãos tremem e perco a noção do equilíbrio
Meu corpo congela e queima, assim como minha mente acende e apaga
Agitação e catatonismo, meus olhos reviram e se perdem num horizonte
Horizonte criado por minhas próprias emoções espalhadas e embaralhadas
Não sei mais o que sinto e se sinto
A agonia e o medo me controlam
Corroído pela fome meu estômago rejeita seu sustento
Não espero comer, não espero sonhar, não espero...
Começo o seguinte sem terminar o antecessor
Nada se conclui e tudo agora não existe mais
Se paro, continuo, se continuo, quero parar
Meu corpo agora tem vontade própria, se balança e não consegue se controlar
As noites estão frias de calor e meu berço não é mais aconchegante como antes
O sono só chega nas horas incertas quando as lágrimas já romperam e inundaram minha face
Choro por tudo e por nada
Sem pedir licença a tristeza me consome
Quero estar onde pressuponho que não querem que eu esteja
Tento ter quem não está disposto a se dar
Apenas ouço e não consigo falar
Minhas regras estão fugindo do meu manual
E os pontos estão sumindo das frases
As escadas de subida estão ficando cada vez mais apertadas e sinuosas
Eu não posso parar de subi-las, mas eu tenho que descansar

Thamyne D'el Rey

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