segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fantasmas

Sozinha em casa, 
o medo me consome.
Todos os fantasmas reaparecem,
os da minha consciência,
da minha inconsciência
e os que vagam.
Não quero ve-los, 
não quero ouvi-los,
não quero senti-los.
Mas estou sozinha,
sem ter pra onde correr
correria para minha casa, 
mas já estou nela.
Fugiria, mas pra onde?
Os fantasmas iriam comigo
como eles sempre estão 
e sempre me seguem.
Estou sozinha em casa
e não tenho como gritar
para alguém que me proteja 
dos meus fantasmas.
Tento renega-los
reprimi-los,
não senti-los.
Mas eles se fazem presentes.
E sozinha em casa,
nem meus pensamentos
ou tentativas de distração
funcionam ou me entorpecem
para pelo menos fingir 
que não os sinto.
Os fantasmas sempre estão aqui
sempre perto ou dentro de mim
mas sozinha em casa
eles me impõem sua força
e todas as minhas lágrimas guardadas
queimam meus olhos.
Sozinha em casa
como uma abandonada
com a sensação de sem ninguém
e com medo de realmente estar sozinha.
Não consigo ir dormir.
Se dormir meus fantasmas vem em sonho
como pesadelos.
E luto subconscientemente
para decidir se acordo
ou se continuo a dormir,
pois das duas formas eles sempre estão aqui.
Não quero mais estar sozinha em casa.
Não quero estar sozinha.

Thamyne D'el Rey

2 comentários:

c.t. disse...

Se depender de mim você nunca vai estar sozinha. :)

Poeta Insano disse...

Os fantasmas...
Aqueles mesmos que nos assustam,
que nos levam e nos trazem à nossos próprios cenários da vida, os mesmos que tocam e expõem nossas feridas...
Os mesmos fantasmas que te cercam em noites de solidão, acabam, talvez sem querer, sendo o motivo de sua inspiração.
Bela poesia, é conheço esses fantasmas.
Um abraço!